10/08/2021
O grupo de pesquisadores que fornece avaliações científicas periódicas sobre as mudanças climáticas aos tomadores de decisão, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), publicou o mais recente relatório sobre a crise climática desde 2013. A piora das condições de vida no planeta, o que já alertava os cientistas há um tempo, parece que vai acontecer mais rápido do que estava previsto. Ou seja, eventos provocados pelo aquecimento global podem jogar a humanidade em uma espiral de catástrofes muito antes do que se imagina.
Uma dessas consequências é a transformação da Amazônia em uma área com características mais próximas às do Cerrado. Com os altos índices de desmatamento, a maior floresta tropical do mundo pode se converter em uma savana. Seca e Fome estão no horizonte: perdas inestimáveis para a biodiversidade e a transformações significativas no padrão de chuvas em boa parte da América do Sul, o que elevaria o risco de outros problemas graves, como falta d’água nas áreas onde vive a maioria da população brasileira e quebra na produção de alimentos.
Apesar de signatário do Acordo de Paris, o Brasil recentemente privatizou o setor de energia elétrica para favorecer grupos reduzidos de empresários, elevando a conta de luz da população e com ela toda uma cadeia de consumo. Essa medida provisória também abriu caminho para que a maior parte da matriz energética do país seja de termelétricas, o que não é nem de longe o ideal para um país como o nosso, que já tinha a parte da sua energia gerada de forma limpa (energia solar e eólica). Mais um retrocesso. Alguma novidade? Está difícil limitarmos o aquecimento global a 1,5° C, horizonte mais otimista do Acordo de Paris, o que reforça a necessidade de cortes ainda mais drásticos nas emissões de gases do efeito estufa. Precisamos deixar de lado a extração e o uso de petróleo, gás e carvão, combustíveis que podem ser substituídos por formas renováveis e socialmente justas de geração de energia.
O IDS tem realizado várias articulações políticas em favor de uma capacidade adaptativa do Brasil em relação ao clima, não só demonstrando por meio de estudos e dados, os impactos econômicos que essa situação acarreta, como também avaliando junto a outras organizações da sociedade civil e senado federal a política ambiental e as taxas de desmatamento, convocando a população a se engajar na campanha que quer estabelecer a segurança climática como realmente um compromisso do país garantido na Constituição.
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