16/12/2025
Após mais de uma década de hiato, a 13ª Conferência Nacional dos Direitos Humanos (ConDH) encerrou seus trabalhos nesta sexta-feira, dia 12 de dezembro de 2025, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília. O evento, que marcou uma inquestionável retomada democrática e a reafirmação do compromisso governamental com os direitos fundamentais, reuniu mais de 1.400 participantes, entre delegados, especialistas e representantes da sociedade civil, para delinear um novo paradigma político: a indissociabilidade entre a defesa da democracia, a sustentabilidade ambiental e a garantia de direitos fundamentais.

O encontro nacional, que teve como tema central “Por um Sistema Nacional de Direitos Humanos: consolidar a democracia, resistir aos retrocessos e avançar na garantia de direitos para todas as pessoas”, se estabelece como um ambiente estratégico fundamental para a escuta ativa e aprofundada das necessidades, tanto as historicamente acumuladas quanto as emergentes, da população brasileira, com um foco imperativo e inegociável nos grupos em situação de maior vulnerabilidade social.

O Instituto de Democracia e Sustentabilidade (IDS) teve um papel de destaque neste processo de reconstrução, representado por sua Presidenta, Dulce Maria Pereira. Em um feito notável de articulação e capacidade de construção de consenso, Dulce Maria Pereira facilitou o Grupo de Trabalho dedicado à Garantia de Direitos para Grupos Discriminados, em parceria com o ex-presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), Yuri Costa, e o quilombola representante da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), Maximiano Silva. Seu empenho foi fundamental para assegurar a aprovação integral das propostas que foram propostas pelas conferências estaduais um testemunho do poder do diálogo e da colaboração em meio a uma diversidade de vozes e interesses, incluindo indígenas, negros, ciganos, quilombolas, população não binária, LGBTQIA+, mulheres lésbicas, pessoas neurodivergentes e atípicas, mães de filhos atípicos, ribeirinhos e povos tradicionais, comunidades de religiões de matrizes africanas, pessoas refugiadas, população de rua e pessoas egressas do sistema prisional.


O documento final da conferência, que sintetiza as propostas aprovadas, é um reflexo do entendimento de que os seres humanos não são sujeitos universais. O preâmbulo do texto, sublinha a premissa de que somos “atravessados por interseccionalidades de raça, classe social, gênero, etnia e cultura, que determinam diferentes riscos de vulnerabilidade e violação de direitos”. Assim, a pluralidade, as diferenças e as desigualdades dessas populações são consideradas a base para a materialização de políticas públicas eficazes.
Com delegações oriundas de 26 conferências estaduais, uma distrital, 80 etapas livres e uma etapa digital, o evento totalizou mais de 100 instâncias preparatórias em todo o país, culminando na participação de 888 delegados credenciados com direito a voto. Delegados de diversas regiões do Brasil enfatizaram a importância do espaço como um momento crucial de diálogo e construção coletiva. As contribuições apresentadas nos grupos de trabalho refletiram as demandas históricas dos territórios e a riqueza da diversidade de sujeitos que constroem a política nacional de direitos humanos.
A 13ª ConDH, ao consolidar propostas para um Sistema Nacional de Direitos Humanos mais robusto, reafirma a necessidade de uma construção coletiva de diretrizes a partir da escuta ativa de grupos em situação de vulnerabilidade. É um passo fundamental para um sistema de direitos verdadeiramente democrático, inclusivo e efetivo, marcando um novo capítulo na trajetória dos direitos humanos no Brasil. O legado desta conferência transcende as páginas do documento final, ele reside na esperança renovada de um país onde a democracia, a sustentabilidade e os direitos humanos sejam uma realidade para todas as pessoas.
Confira abaixo os principais pontos aprovados na Conferência:
EIXO 1 – ENFRENTAMENTO DAS VIOLAÇÕES E RETROCESSOS
EIXO 2 – DEMOCRACIA E PARTICIPAÇÃO POPULAR
EIXO 3 – IGUALDADE E JUSTIÇA SOCIAL
EIXO 4 – JUSTIÇA CLIMÁTICA, MEIO AMBIENTE E DIREITOS HUMANOS
EIXO 5 – PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO CONTEXTO INTERNACIONAL
EIXO 6 – FORTALECIMENTO DA INSTITUCIONALIDADE DOS DIREITOS HUMANOS
Assista a 13ª Conferência Nacional dos Direitos Humanos:
https://www.youtube.com/live/BPNgD0BmCXQ?si=nYoaVB3uDmeYieaH
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